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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

MURIEL OU O TEMPO DE UM RETORNO - 1963

Muriel ou Le Temps d'un Retour, 1963
Legendado, Alain Resnais 

Formato: mkv
Áudio: francês
Legendas: Pt-Br
Duração: 112 minutos
Tamanho: 1,56 GB
Servidor: Mega (Parte única)

LINK
Parte única

SINOPSE
Contando novamente com a colaboração do escritor Jean Cayrol, que escreveu o texto deNoite e Neblina, Resnais faz um novo mergulho pelos meandros da memória, pondo lado a lado passado e presente, realidade e imaginação, para contar a história de um grupo de pessoas na cidade de Boulogne, no início da década de 1960. O enredo centra-se nos personagens de uma viúva (Delphine Seyrig, que ganhou a Taça Volpi de melhor atriz em Veneza, em 1963) e seu jovem enteado (Jean-Baptiste Thiérrée), ambos às voltas com difíceis lembranças que lhes pertubam o passado. Um antigo amor da juventude (Jean-Pierre Kérien) volta à vida da mulher e espanta o tédio de sua existência. Já o rapaz é assombrado por memórias de uma atrocidade que testemunhou durante a guerra da Argélia, quando uma jovem chamada Muriel foi torturada até a morte.


The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.4


ANÁLISE

Quando as paredes falam
O espaço habitado por Alain Resnais


Casa, aba da pradaria, ó luz da tarde, 
De súbito adquires uma face quase humana
Estás perto de nós, abraçando, abraçados.


A citação acima é de Rainer Maria Rilke, pinçada pelo filósofo e poeta francês Gaston Bachelard para o célebre A Poética do Espaço. O livro de Bachelard data de 1957, lançado dois anos antes de Alain Resnais inaugurar (ou reinaugurar) o cinema moderno com Hiroshima, Mon Amour. É claro que a proximidade das idéias de Bachelard com o cinema de Resnais diz respeito a mais do que influência direta: são, ambos, pensadores de um mesmo mundo (a França) em uma mesma época, partindo de um mesmo campo de circulação de idéias. Mais curioso, porém, é que a revisão da obra de Resnais, fora de seu contexto original, encontre maior ressonância no cinema contemporâneo pelo seu tratamento do espaço, do que pela repisada questão da memória. Sem minimizar seu impacto como escultor temporal, a grande constância da obra de Alain Resnais é a manipulação do espaço cênico (especialmente notável por sua crescente predileção pelas filmagens em estúdio) como potência de expressão para os personagens.

“A memória – coisa estranha! – não registra a duração concreta, a duração no sentido bergsoniano. Não podemos reviver as durações abolidas. Só podemos pensá-las, pensá-las na linha de um tempo abstrato privado de qualquer espessura. É pelo espaço, é no espaço que encontramos os belos fósseis de duração concretizados por longas permanências. O inconsciente permanece nos locais. As lembranças são imóveis, tanto mais sólidas quanto mais bem espacializadas”. 

O filme começa com um corpo coberto de cinzas. Ao fim, ela o chama de Hiroshima, e ele a chama de Nevers. Não se tornam, simplesmente, o acúmulo da memória-tempo: viram os lugares onde os fatos lembrados ocorreram. São tempo espalhado em fósseis pelo espaço. A equivalência entre personagem e ambiente é uma constante na obra de Resnais – de Noite e Nevoeiro a Medos Privados Em Lugares Públicos – e encontra continuação nos apartamentos que choram em Amores Expressos (ou no quarto-lembrança de 2046 – Os Segredos do Amor), de Wong Kar-wai, e O Buraco, de Tsai Ming-liang. Mais do que simples ambientação, o espaço, para Resnais, funciona como as canções em Amores Parisienses: é o terreno onde se expressa o indizível; onde grita o que a consciência cala. Se quisermos saber o que alguém tem a dizer, basta olharmos para seus móveis.

Ser é estar

Em Muriel ou O Tempo de um Retorno,Hélène habita um apartamento que funciona, também, como loja de antiguidades. “Reconheço você em todos os detalhes”, lhe diz Alphonse ao chegar. Hélène se cerca de pessoas e memórias como empilha as velhas mobílias. Sua história não é só a sua, e por isso é impossível apreendê-la de todo: a vida de Hélène é guardar as lembranças dos outros. Em um canto da sala, um simulacro de lareira usa uma lâmpada para transmitir a impressão visual de calor. “Há lugar para todo mundo”, diz ela, convidando Alphonse a ficar. Fisicamente, não parece haver. Seu lar é marcado pelo abrir e fechar de portas, em entradas e saídas tão constantes como as memórias alheias que viram, até serem compradas por outros, suas também. Até mesmo seu filho, Bernard, é agregado de um casamento passado de seu ex-marido. “Ele se parece contigo”,  diz Alphonse. “Acho que parecemos com aquilo que amamos”, responde Hélène.

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