Importante

Para que o blog continue é fundamental que vocês deixem o filme compartilhando por pelo menos 3 vezes o tamanho do arquivo original. Se um arquivo tem o tamanho de 1gb, é importante que vocês deixem compartilhando até atingir 3gb. Isso ajudará a manter o arquivo com seeds (sementes) para que outras pessoas possam baixam os arquivos.

domingo, 9 de março de 2014

SE.... - 1968

If...., 1968
Legendado, Lindsay Anderson 
Classificação: Excelente

Formato: AVI
Áudio: inglês
Legendas: português
Duração: 111 min.
Tamanho: 1,36 GB
Servidor: 1fichier (3 partes)

LINKS
Parte 1

SINOPSE
História alegórica sobre um revolucionário líder estudantil. A rebelião, a insatisfação com o status quo, o sentimento de liberdade, a necessidade de novas conquistas. Obra-prima do cinema inglês, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes expondo ao mundo o cinema autoral e rebelde de Lindsay Anderson.

Fonte: Interfilmes
The Internet Movie Database: IMDB - NOTA IMDB: 7.7


ANÁLISE
por Humberto Pereira da Silva

Os anos 60 são mitológicos, quando da referência a temas como revolução dos costumes, conflitos de gerações ou estreitamento dos laços entre política e comportamento, entre estética e pulsões para ações coletivas. Isso é um truísmo, mas não custa lembrar que a força simbólica dos sixties reside também na maneira como vida e arte se entrelaçaram: não à toa, “A chinesa” (1967), de Godard, e “Terra em transe” (1967), de Glauber Rocha, foram invocados pelos estudantes parisienses em maio-68; da mesma maneira, ecos de 68 se fazem sentir em “Zabriskie Point” (1970), de Michelangelo Antonioni, e “Laranja Mecânica” (1971), de Stanley Kubrick. Outras manifestações artísticas podem ser invocadas, mas esses exemplos lembram que o cinema nos 60 impulsionou ações na mesma medida em que captou o momento.
“If....”, de Lindsay Anderson, Palma de Ouro em Cannes em 69 (oficialmente, Grand Prix, visto não ter sido atribuída a Palma de Ouro no período 64/74), foi justamente concebido em 68, e trata de rebeldia estudantil numa instituição de ensino inglesa (chamada apenas de Academia). Tendo como fonte o livro “Crusaders” (“Guerrilheiros”), de David Sherwin, “If....” se insere no rol de filmes que hoje servem de referência para a compreensão do espírito de rebeldia dos anos 60 e ainda situam a ação no ambiente escolar (a escola, na época, era entendida por muitos como entrave à mudança de costumes - minissaia, cabelos compridos, liberação sexual – e aparelho de manutenção da ordem burguesa).
Lindsay Anderson
A esse respeito, “If....” tem como antecedentes “Zero de conduta” (1931), de Jean Vigo, e “Os incompreendidos” (1959), de François Truffaut. Como nos filmes de Vigo e Truffaut, a câmara de Lindsay Anderson retalha espaços que anunciam ausência de diálogo entre estudantes e autoridades que representam o sistema escolar. Com o tempo, no entanto, “If....” não teve a fortuna critica de seus antecedentes; por isso - agora lançado em DVD pela Lume -, talvez mereça ser visto com a atenção e calma que o distanciamento de 40 anos possibilita.
“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo que possuis, adquire o conhecimento”, Provérbios, 7:4. O plano inicial de “If....” apresenta como epígrafe passagem bíblica do Velho Testamento, que realça a importância de se adquirir conhecimento. O saber é o que há de principal e - pode-se pensar - um lugar para tanto é a escola. A instituição escolar em “If....” é a Academia; simboliza, pois, uma referência à academia platônica: o espaço no qual as ideias e os novos pensamentos são gerados a partir da discussão, do embate, da controvérsia entre posições contrárias.
Mas a Academia em “If....”, ao contrário da platônica, é o lugar da conservação, da manutenção de valores tradicionais, da ordem e da disciplina; e, na mesma medida, avessa à controvérsia, ao embate de idéias. Com isso, o que se tem então nesse filme de Lindsay Anderson é um caráter deliberadamente irônico e alegórico (ironia que se pode observar já no título: à conjunção “se” não se segue um verbo no subjuntivo, mas quatro pontinhos...).

No espírito dos 60, sob o influxo de filósofos como Herbert Marcuse, que enfatiza a unidimensionalidade humana na sociedade industrial, psicólogos como Eric Fromm e educadores como Ivan Ilich, teórico libertário que propôs o fim da escola, o espaço institucional escolar em “If....” é o antilugar do conhecimento, no espírito da academia platônica e do provérbio bíblico: a sabedoria não é o principal e sim os valores morais vigentes numa instituição com mais de quinhentos anos, como sustenta o Reitor da Academia na preleção aos alunos, pais e autoridades no rito de formatura. No clima de radicalismo, a premissa é: a existência da escola anuncia a perpetuação da ordem estabelecida – trabalho e diversão não se misturam.
Lindsay Anderson concebeu “If....” na forma de capítulos; como num romance, ou num livro escolar, os títulos anunciam o tema narrativo (um canto coral, Sanctus, da “Missa Luba”, com a silhueta da instituição em plano aberto, como a lembrar um quadro de John Constable, abre alguns dos capítulos). Assim, o filme segue a seguinte ordem: 1. Moradia estudantil; 2. A Academia; 3. Tempo do período; 4. Ritual e romance; 5. Disciplina; 6. Resistência; 7. Rumo à guerra; 8. Guerrilheiros. Para cada “capítulo”, ou “episódio”, a composição da ambiência, as linhas que indicam situações que culminam no confronto final entre estudantes rebelados e os representantes da ordem institucional.
Os episódios do filme opõem os “crusaders” (Travis, Knighty e Wallace) e os “wipps” (Rowntree, o inspetor geral, e Denson, o bedel), que representam a ordem na Academia. Entre eles circulam Stephanes, com pulsões homossexuais e que guarda escaramuças com os “crusaders”, uma moça anônima, com a qual Travis tem uma cena de amor, e Philips, que nutre sentimento homoerótico por Wallace e que no final também adere à rebelião. Além deles, há o Reitor, que monologa sobre a glória e os desafios da Grã-Bretanha num mundo em mudanças, o divertido Reverendo, o monossilábico Diretor, a enigmática camareira e professores excêntricos no estilo britânico.

Na moradia estudantil, no retorno do período de férias, a se notar inicialmente a separação entre os calouros e os veteranos (no rito de entrada os novos são incitados pelos veteranos a descobrir os caminhos do cotidiano da Academia). A se notar igualmente nos aposentos estudantis o contraste entre uma mobília antiquária e imagens de Che Guevara, Mao Tse-Tung, Charles de Gaulle, do índio Sioux símbolo do extermínio indígena pelos americanos, do guerrilheiro congolês no processo de descolonização africana, do quadro “O grito”, de Edward Münch, que cobrem as paredes.
Por conta de comportamentos anticonvencionais (beber Vodka, fumar cigarro, ver revistas eróticas, causar cizânias...), Travis, Knighty e Wallace estão sob constante vigilância do inspetor geral e do bedel. Sobre os três, o que Lindsay Anderson mostra em todos os episódios é, principalmente por meio de Travis, uma postura insolente e cínica (Knighty guarda expressão tão debochada quanto contida, Wallace tem trejeitos autocentrados e personalidade ambígua: seus olhares para Philips ficam no ar). Em dado momento, no episódio “Ritual e romance”, Travis e Knighty, nas únicas cenas externas à Academia, passeiam despreocupadamente pelas ruas da cidade, roubam uma moto em uma loja e conhecem num bar de estrada a moça anônima que reaparece como guerrilheira no embate final.
No episódio seguinte, “Disciplina”, sem que Lindsay Anderson deixe pistas explícitas sobre razões (apenas Travis e Knighty saem da Academia após as 17 horas, depois da qual ela é fechada e a norma diz que quem sair após o fechamento é castigado com chibatadas), os três são acusados de causar transtornos e com isso maculam a imagem da instituição. A fim de que a Academia não se revele pusilânime, eles são então punidos com chibatadas de marmelo, num espetáculo protagonizado por Rowntree, e que serve de exemplo aos demais (Travis é o que recebe maior número de chibatadas). Após a punição, Travis, Knighty e Wallace fazem pacto de sangue cujo significado se dá a conhecer no final: no rio de formatura, metralhar todos que estão na Academia.
Continue lendo em Filmes Polvo








































































































2 comentários:

  1. O que mais me intriga nesse filme marcante é aquele olhar subversivo do ator Malcolm McDowell.Kubrick provavelmente assistiu o filme do diretor Lindsay quando pensou em escolher um ator que pudesse interpretar o sarcástico Alex de Laranja Mecânica.Parabéns pelo blog!

    ResponderExcluir
  2. Obrigado por atender o meu pedido, todos que tentei baixar estava com a legenda fora de sincronia, Obrigado mesmo.

    ResponderExcluir

Política de moderação do comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários. Dessa forma, o Convergência Cinéfila reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética, ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Para a boa convivência, o Convergência Cinéfila formulou algumas regras:
Comentários sobre assuntos que não dizem respeito ao filme postado poderão ser excluídos;
Comentários com links serão automaticamente excluídos;
Os pedidos de filmes devem ser feitos no chatbox.

Att.,
Convergência Cinéfila