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domingo, 9 de dezembro de 2012

A HUMANIDADE - 1999

Humanité, 1999
Bruno Dumont
Formato: AVI
Aúdio:Francês
Legendas: Português
Duração: 141 minutos
Tamanho: 697 Mb
Servidor: Zippyshare
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SINOPSE
Essa é a história de um homem simples, que acredita nas pessoas com toda a pureza e ingenuidade de alguém que vive num mundo à parte, alheio à realidade. Seu nome é Pharaon de Winter (Emmanuel Schott). Ele é tenente de polícia e mora em Beilleul, com sua mãe. No entanto, sua existência modesta e pacata se tranforma com a ocorrência de um crime hediondo. Pharaon diante da tragédia é incapaz de compreender a humanidade à sua volta. Solitário, divide sua dor com a vizinha Dominó (Séverine Caneele). Esse amor platônico o consome lentamente e o faz sofrer, assim como a investigação do crime, que revela seu desespero e o medo de sua própria existência. 


ANÁLISE
 
 por Cléber Eduardo

Somos informados sobre um crime logo no início de A Humanidade. Uma menina de 11 anos foi assassinada, mas não temos a informação de quem a matou. A única pista é dada na primeira cena, um plano aberto de um descampado, no fundo do qual passa um homem, sem sabermos de quem se trata. Essa falta de certeza será mantida até o final. Embora não sejamos conduzidos por uma narrativa clássica policial, na qual os caminhos da coleta de pistas ocupam o papel principal, a revelação da identidade do assassino é de fundamental importância. Chega a levar o filme a dar um salto em sua estatura e alcance. Isso não significa que, antes do desvendar do mistério, somos mantidos no escuro. Luzes são jogadas sobre o meio em que a ação quase sem ações é desenvolvida.

Que meio é esse? Uma cidadezinha francesa modorrenta, nas região de Flandres, próxima à Inglaterra, onde não há muito para ser feito. A passagem de um veículo em alta velocidade pelas ruas desertas constitui um evento nesse cenário tedioso. O ambiente aparentemente harmonioso e pacífico, no entanto, carrega um peso no ar compatível com o crime investigado. Há algo de sombrio naquela região cercada de natureza por todos os lados. Os impulsos violentos dos personagens começam a ser lentamente projetados na tela enquanto o protagonista ajuda na solução do caso. Tal sujeito é um policial abobalhado. Está apaixonado pela namorada do amigo, carrega o fardo de uma perda traumática e é afetado pela morte da menina. Nada mais sabemos dele.

O enfoque se fecha nesses três tipos: o policial, seu amigo e a namorada deste. Diante da falta do que fazer e do que falar, o protagonista apenas trabalha, tem umas conversas fiadas com a namorada do amigo e acompanha o casal em passeios bocós. É expressiva a cena em que, diante do mar, com a Inglaterra ao fundo, eles mantém o olhar pedido. Estão presos em uma condição da qual não têm como sair, escravos de si mesmos e de suas naturezas. Também são sintomáticas as cenas de sexo entre o amigo e a namorada. Só naquela atividade física eles encontram escape para seus impulsos. Quase sorumbáticos, os personagens estão prestes a explodir. Seja pela violência, pelas lágrimas ou pelo sexo.

A Humanidade é o segundo longa-metragem de Bruno Dummont. Representa uma evolução em relação a A Vida de Jesus, embora seja quase um complemento àquele, também ambientado em uma cidadezinha que, em sua excessiva tranquilidade, estimula os instintos obscuros dos seres. O diretor é preciso ao fazer o ambiente dos dois filmes invadir a tela e a nós mesmos. Somos tomados por seu tédio, por seu peso e por seu vazio, a ponto daquilo ficar quase insuportável. E não é apenas o ritmo devegar quase parando que é captado pela narrativa não menos e pertinentemente arrastada. A câmera também reproduz o ponto de vista do policial palerma ao olhar para as imperfeições das pessoas ao seu redor (a mão da mãe, o pescoço do chefe). Isso mesmo: é com imperfeições que estamos lidando aqui.

E sem maquiagem. Não há nenhum efeito nas imagens, nenhum enfeite no enquadramento, nenhuma firula na montagem, nenhuma sustentação de climas pela música, a não ser a de um orgão tocado em cena. Esse rigor franciscano, confundido com excesso (no caso da metragem), em tudo se diferencia, por exemplo, dos frutos do Dogma 95. Em vez de um estilo que berra aos olhos, temos o estilo sussurante. O suficiente para criar um universo por inteiro. É quase impossível, como sempre se faz quando se escreve sobre Dummont, não citar Robert Bresson. Não apenas pela composição, mas pelo esboço da vida. Estamos em um mundo em que há muitas questões sem soluções. O homem como impasse. A vida como uma experiência sem um sentido dado de antemão. É preciso buscá-la. E a procura é tortuosa.

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