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terça-feira, 28 de agosto de 2012

SOMBRAS DOS NOSSOS ANTEPASSADOS - 1965

Tini zabutykh predkiv, 1965
Sergei Parajanov
Classificação: Ótimo

Formato: AVI
Aúdio: Ucraniano
Legendas: Português
Duração: 90 minutos
Tamanho: 689 Mb
Servidor: Mediafire
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SINOPSE
Em uma pequena vila Hutsul, na Ucrânia, Ivan se apaixona pela filha do homem que matou seu pai. O filme nos conta a história do amor trágico entre os dois, bem como fatos posteriores da vida de Ivan, trazendo sempre elementos folclóricos e étnicos da região dos Cárpatos. Também conhecido como "Sombras dos Ancestrais Esquecidos" e "Os Cavalos de Fogo".

Fonte: Cineplayers

The Internet Movie Database: IMDB

ANÁLISE

 por Jonathan Rosenbaum


Adaptação da história do ucraniano Mikhaylo  Koysyubinskiy, a obra de Sergei Paradjanov permanece um marco do cinema sonoro soviético, fundindo de forma extraordinária mitos, história, poesia, dança e ritual. Mesmo os filmes posteriores não conseguiram ofuscar seu esplendor inebriante. Encenado nas belas e áridas montanhas dos Cárpatos, o filme conta o amor condenado de Ivan (Ivan Mikolajchuk) e Marichka (Larisa Kadochnikova), membros de famílias rivais, e a vida de Ivan e seu casamento depois da morte da moça. O enredo é tocante, mas serve principalmente como uma estrutura para Paradjanov apoiar o desenho estimulante de seus movimentos de câmera cheios de lirismo (executados por Yuri Ilyenko), o uso inovador da natureza e dos seus interiores, sua habilidade em equilibrar folclore e fantasia em relação a rituais pagãos e cristãos e o tratamento da cor e da música.

Um filme à altura de Aleksandr Dovzhenko, cujas visões poéticas sobre a vida na Ucrânia são referências frequentes, Sombras dos Nossos Antepassados também lembra os contos de fadas em geral e até mesmo, por vezes, algumas das representações feitas por Walt Disney para seus cenários, como a choupana em Branca de Neves e os Sete Anões (1937). A força física visceral de muitos outros planos também é inconfundível, exemplificada por um logo no início do filme, onde a câmera é colocada no topo de uma árvore que acabou de ser cortada, levando o espectador a acompanhar sua vertiginosa queda.

 Texto retirado do livro "1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer" (Steven Jay Schneider, 2010)


SOBRE SERGEI PARADJANOV

Sergei Paradjanov nasce em 9 de janeiro de 1924, filho de um casal armênio, Joseph Paradjanov e Siranush Bejanova, em Tiflis, hoje Tbilisi, Georgia. Em 1942, começa a trabalhar no Instituto de Transportes Ferroviários. Mas logo larga o trabalho para seguir carreira artística no Conservatório de Música e Artes de Tbilisi. Em 1945, após estudar dança e música, é admitido no curso de direção para cinema na VGIK (Instituto Cinematográfico do governo, em Moscou). Sob a orientação criativa de Igor Savchenko e Alexander Dovzhenko, faz seu primeiro filme, Um Conto da Moldávia, em 1952. Um ano antes, casa-se com Nigyar Serayeva, uma bela garota tártara, que morre tragicamente no mesmo ano. Nigyar é jogada embaixo de um trem por seus parentes, por ter se casado fora de sua religião.

Depois de se formar com sucesso na VGIK, o jovem cineasta é enviado para a Ucrânia para trabalhar nos estúdios Dovzhenko. Lá, dirige vários curtas-metragens e documentários. Em 1955, Paradjanov se casa com Svetlana Shcherbatiuk, sua musa. O casamento dura apenas seis anos, mas nesse período Svetlana dá à luz o único filho de Paradjanov, Suren, nascido em 1958.

Os primeiros filmes de Paradjanov rodados nos estúdios Dovzhenko têm a marca da estética do realismo socialista, sendo rejeitados posteriormente pelo diretor como "lixo". A virada em sua carreira se dá com a realização da obra-prima Sombras dos Ancestrais Esquecidos. O filme rapidamente alcança fama, vencendo vários prêmios de prestígio em festivais internacionais. Sua obra-prima seguinte, A Cor da Romã, retrata a vida do poeta armênio Sayat Nova por meio de um imaginário lírico, poético e belamente construído, sem tramas ou diálogos. A sequência de abertura do filme, formada pelos escritos de Nova, ressoa por toda a obra: "Eu sou o homem cuja vida e alma são tortura".

Sua personalidade e estilos de vida extravagantes, assim como sua abordagem pouco ortodoxa do cinema, não são bem vistos pelos oficiais soviéticos. Em dezembro de 1973, Sergei Paradjanov é preso por acusações falsas e condenado a cinco anos de prisão. Os anos passados nos campos de trabalho soviéticos são os mais negros de sua vida. Mesmo assim, seu espírito criativo não é sufocado; pelo contrário, encontra as mais vibrantes formas de expressão por meio de desenhos, colagens e escritos. Nesse período, ele escreve mais de vinte roteiros de filmes. Após inúmeras tentativas de intervenção a seu favor por parte de artistas e intelectuais renomados mundialmente, Paradjanov é finalmente liberado pelas autoridades soviéticas. Ele permanece, contudo, na lista negra dos oficiais soviéticos, e apenas retoma sua carreira em meados dos anos 1980.

Apesar da saúde debilitada, Paradjanov dirige A Lenda da Fortaleza Suram e O Trovador Kerib, filmes de enorme aclamação internacional. "O Trovador de Kerib", seu ultimo filme, baseado no conto de Lermontov, é dedicado à memória de seu querido amigo e cineasta reverenciado, Andrei Tarkovsky. Sergei Paradjanov sofre o mesmo destino de Tarkovski, morrendo de câncer nos pulmões quatro anos depois do amigo, em 21 de julho de 1990. É enterrado no cemitério Pantheon, em Yerevan.

Desde a morte de Paradjanov, o diretor tem recebido várias homenagens de Estado. Em 1991, o Museu Sergei Paradjanov é aberto em Yerevan. Em 1993, uma placa memorial no seu apartamento é montada em Kiev. Em 1997, um monumento ao cineasta é inaugurado nos estúdios Dovzhenko em Kiev. Em 2004, outro monumento é inaugurado em Tbilisi. Ironicamente, a casa de Paradjanov em sua amada Tbilisi é destruída. "Um profeta não é nada sem honra, exceto em seu lugar nativo e sua própria casa...".

Texto retirado do site e-Pipoca



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